O trabalho do artista visual mexicano Héctor Zamora é conhecido pela problematização de questões sociais, culturais e políticas relacionadas com o trabalho numa sociedade de consumo. De regresso a Lisboa, depois de ter apresentado a impactante performance e instalação “Ordem e Progresso” na BoCA 2017, a sua nova criação, “Quimera” (2023) divide-se entre uma ação performativa, que tem lugar em espaços públicos de Lisboa e Faro, e uma instalação na Fábrica da Cerveja.

A ação consiste num grupo de vendedores ambulantes imigrantes que vendem balões, espalhados por diferentes praças e jardins das duas cidades. O conceito evoca a multidão de vendedores ambulantes que percorrem as ruas do México com conjuntos de balões a flutuar sobre as suas cabeças. Cheios de hélio, os balões da performance assumem a forma de diferentes palavras que conjuram a ideia de “quimera”: um sonho irrealizável ou uma ilusão fabricada pela mente. 

“Quimera” torna visível o invisível, prestando homenagem às economias informais. Convidando-nos a repensar a nossa relação com uma paisagem que não tem o mesmo significado para todos os habitantes do território, este trabalho destaca um segmento da população cuja força de trabalho constitui um pilar da economia portuguesa, uma população que habitualmente habita espaços invisíveis da sociedade. Por sua vez, o conceito dos balões obriga-nos a reconhecer as nuances dos fluxos migratórios em busca de um futuro melhor.

 

Produção: BoCA – Biennial of Contemporary Arts

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