John Romão
Diretor Artístico

Presente Invisível

Privilegiando uma identidade de programação que se sustenta nas travessias, entre territórios artísticos, entre linguagens e geografias, entre tempos e espaços, a BoCA apresenta na sua 4ª edição uma programação que se expande, ao longo de 6 semanas, por 30 espaços culturais, patrimoniais e naturais das cidades de Lisboa e Faro. Entre teatros, museus, centros culturais, espaços patrimoniais, espaços naturais e discotecas, reunimos em torno do título Presente Invisível artistas, pensadores e comunidades que apresentam maioritariamente novas criações encomendadas, produzidas ou co-produzidas pela BoCA, afirmando a bienal como um espaço de circulação de novas ideias, imagens e discursos que dão a ver a polissemia do presente.

Habitamos um presente caraterizado pela vertigem da velocidade, ela própria geradora de invisibilidades que permitem ao nosso olhar um desprendimento do humano, ou seja, a possibilidade de ignorar a liberdade, a justiça e a igualdade. Aquilo que só é visível se nos permitirmos ver e cuidar, comprometidos com o presente.

Numa das mais belas curtas-metragens de Pasolini, “A Sequência da Flor de Papel”, vemos a personagem central a dançar e a caminhar até um limite, aquele que a impede de continuar o caminho sem dar-se conta do que acontece realmente à sua volta: há lugar para a inocência, ignorando a dor e a violência de um mundo em constante mudança?

Movimentos migratórios, apagamentos históricos, extrativismos, violência racial e de género. O Presente Invisível dilui fronteiras geográficas, físicas, temporais, identitárias, dá visibilidade e voz a quem e àquilo que não a tem tido. Encontra na tradição uma forma de resistência, de um modo de sentir, que passa pelas entranhas, ao qual estamos visceralmente ligados, para além das velocidades e dos tempos. E escutamos, potente, um eco da ancestralidade a que retornamos e que vivifica a sua presença na atualidade.

 

Habitar as fronteiras

Como parte da identidade desviante da BoCA, em que convidamos artistas e pensadores a criar projetos noutros territórios artísticos, apresentamos as duas primeiras incursões do filósofo Paul B. Preciado no palco e no cinema. Na Culturgest, conhecemos a sua leitura encenada do texto biopolítico “Eu Sou o Monstro que vos Fala”, pela voz de um grupo de cinco intérpretes trans e não binários. Ante-estreamos em Portugal a primeira experiência cinematográfica de Preciado, adaptação da obra de Virginia Wolf, “Orlando, a minha biografia política”. Um filme que questiona quem são os novos Orlandos na contemporaneidade e invoca Orlandos históricos que lutaram por reconhecimento e visibilidade.

Atravessando identidades distintas, a humanidade e proximidade propostas pelo realizador e encenador Marcus Lindeen leva-nos a habitar uma espécie de anfiteatro humano, junto de intérpretes que só poderiam ser escolhidos por alguém que tem um olhar vindo do cinema. Os espetáculos “Orlando & Mikael”, que tem como ponto de partida o filme “Os Arrependidos”), aborda as escolhas e impactos na operação de mudança de género, e o espetáculo “L’Aventure Invisible” interroga a estabilidade das nossas identidades.

Continuando a sua pesquisa e especulação histórica em torno de identidades queer, Odete junta-se à desenhadora de luz francesa Caty Olive para o início de um projeto que evoca os castrati e explora o seu universo vocal e estético. Um projeto que quer valorizar a vibração das vozes que habitam territórios de travessia entre estados.

Já no Panteão Nacional, numa única apresentação, decorre o espetáculo que também reúne dois artistas pela primeira vez, o saxofonista Bendik Giske e o bailarino e ator Romeu Runa. O património imaterial da linguagem corporal de Runa, na sua habitual dialética que junta vulnerabilidade e visceralidade, é colocado em diálogo com a vibração e resistência de Giske, numa criação que evoca a memória do escritor Samuel Delany, cuja obra imagina futuros queer através da ficção científica afrofuturista.

Igualmente atravessados pelas fronteiras entre géneros, papéis, linguagens e estados emocionais encontramos as personagens de “The Talking Car / O Carro Falante”, dentro de um carro que se dirige aos passageiros e que não cessa a sua imparável velocidade. Com um elenco composto por Albano Jerónimo, Bartosz Bielenia, Íris Cayate, Aaron Ronelle e Vera Mantero, o texto original e a encenação da artista visual e realizadora polaca Agnieszka Polska marcam a sua estreia no teatro, uma das principais produções encomendadas pela BoCA.

 

Corpos, gestos e palavras hipervisíveis

Paulo, o mercenário que Salomé Lamas entrevistou em “Terra de Ninguém”, vemo-lo agora na Igreja de São Pedro de Alcântara. Relata-nos a sua história da violência na guerra colonial, transpondo para um presente invisível o testemunho objetivo, factual e paradoxal que fica a ecoar num espaço sagrado.

E se é através da palavra que cremos (ou não) nas imagens que nos dão a ver, com a justiça e a política num pacto em que protegem a invisibilidade daquele mercenário até ao fim da sua utilidade, também a nova criação de António Poppe, “Em Voz Alta”, nasce da palavra dita e de um imenso arquivo imaterial de palavras que Poppe guarda na sua memória, mas também de objetos cenográficos, para criar um projeto que é descendente da ópera, da ópera da memória.

A partir das palavras de Julio Cortázar e do seu conto “Las Babas del Diablo”, o músico e artista visual Pedro Alves Sousa estreia a sua primeira ópera, no Teatro Nacional São Carlos. Em “A Vaia Viva”, com uma cantora lírica e três máquinas reel-to-reel, o artista reconstrói uma narrativa a partir da memória fotográfica. Quer junto das palavras desta personagem fictícia, Robert, quer junto de Paulo, no filme de Salomé Lamas, subsiste a veracidade do real.

Na linha da memória e da celebração de figuras que se tornaram invisíveis, inscritas num relevante legado, Pedro Alves Sousa apresenta uma instalação no MAAT inspirada na vida do saxofonista Jerry True, propondo uma experiência sonora e física, numa dimensão quase industrial. Já em Faro, no Jardim da Alameda, o quarteto de cordas da Orquestra do Algarve tocará três peças do premiado compositor norte-americano John Lutter Adams, não só em memória de um amigo já ausente (“Three High Places”), mas sobretudo celebrando a beleza das paisagens e dos elementos naturais (“The Wind in High Places” e “Canticles of the Sky”).

Sobrenatual é a beleza com que a cantora e compositora Marina Herlop nos apresenta o concerto “Pripyat”, com as suas acrobacias vocais, de linguagem inventada e de sintetizadores, que terá lugar em dois espaços patrimoniais, o Panteão Nacional (Lisboa) e as Ruínas de Milreu (Faro), com a colaboração da criadora de moda Constança Entrudo.

A invisibilidade da memória inscreve-se no presente de mais de trinta jovens estudantes de artes visuais e de composição musical, no projeto “Corpo Visível”, que celebra 100 anos do nascimento de Mário Cesariny. A dramaturga, atriz e encenadora Keli Freitas coordena esta criação que cruza música, performance e artes visuais e partir do poema de Cesariny, cruzando também as geografias de Lisboa e Faro, a Escola Superior de Música de Lisboa e a Universidade do Algarve, o MAAT e o Museu Municipal de Faro, que acolhem as apresentações do concerto-performance.

Desde a invisibilidade da nossa identidade que o espaço virtual proporciona, Ana Borralho & João Galante estreiam a sua nova criação, “Chatrom”, no Teatro do Bairro. O público é convidado a trocar mensagens entre si, refletindo sobre a presença e a ausência, eu e o outro, a vulnerabilidade e a empatia, enquanto a linha que separa a realidade virtual e a experiência física no teatro se torna cada vez mais ténue.

 

O presente absoluto da tradição e da ancestralidade

No São Luiz Teatro Municipal estreamos um concerto que reúne intensidades, harmonias e ressonâncias acústicas de famílias distintas: as tradicionais cordas da viola campaniça, com Os Moços da Viola Campaniça, de Castro Verde, e a precisão com que a portuense Frederica Campos toca a sua harpa, confluem num conjunto de emoções que nos acordam para uma pulsão telúrica e ancestral, apoiadas nas palavras do cancioneiro tradicional alentejano.

Lisboa enquanto cidade de misturas e cruzamentos torna-se palco de várias práticas tradicionais e ancestrais que habitam o espaço público, que reclamam o “absolutamente presente” como unidade do presente, do futuro e do passado, abraçando a co-existência de identidades plurais. É o caso do mexicano Héctor Zamora, que inspirado num dos ofícios mais antigos do seu país, os “globeros”, vendedores de balões coloridos, presta homenagem às economias informais a que muitas pessoas estão sujeitas para sobreviver. Encontraremos, em Lisboa e Faro, pessoas migrantes a vender volumosos conjuntos de balões espelhados que preenchem o céu e o nosso olhar, formando palavras que aludem à migração, aos respetivos sonhos e desejos, mas traduzem também preconceitos de que estes corpos são alvo.

Caminhando pelo centro das ruas de Lisboa, enquanto gesto vital, de sobrevivência, de reterritorialização dos lugares invisíveis que a cidade comporta, encontraremos a ceramista cabo-verdiana Jacira da Conceição com um pote na cabeça. A sua performance-caminhada “Insularidade”, convida-nos a reimaginar o passado (e a tradição) a partir da unidade do presente, que se faz caminhando coletivamente.

Também especialista na criação de esculturas em cerâmica, que ligam a ancestralidade indígena a um tempo e humor contemporâneo, o tucumano Gabriel Chaile concebe um dos seus maiores projetos. Frente ao rio Tejo, na Praça do Carvão do MAAT, coloca em diálogo dois objetos distintos que se olham mutuamente: um forno de cerâmica em homenagem a Alcindo Monteiro, assassinado num crime racista em 1995, no centro de Lisboa, e uma escultura que consiste no seu auto-retrato. Chaile abre-se, como sempre, ao diálogo com o outro, ativando no espaço a combinação da dimensão prática e utilitária do forno e de um conjunto de ações que constitui um programa público (comida, debates, música, exibição de filmes), com a dimensão estética da cerâmica que alude à América indígena. A invisibilidade do racismo estrutural é convocada por Chaile através de um dispositivo visual e utilitário, aberto, inclusivo e participativo.

Do Porto para Alcáçovas, para Faro e para Lisboa – são as rotas que o percussionista e escultor João Pais Filipe e o coreógrafo e bailarino Marco da Silva Ferreira têm feito para a criação de “Terra Cobre”, uma instalação e performance que tem como ponto de partida os chocalhos de Alcáçovas, reconhecidos pela Unesco como Património Imaterial da Humanidade, e que questiona as propriedades culturais e históricas dos objetos através da música e da dança.

 

O devir da história – reconstituída, reimaginada, questionada

Violência e extrativismo constituem a paisagem da região do Pará, na Amazónia. O filme “Fala da Terra” de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, desenvolvido em parceria com o coletivo de teatro Os Banzeiros do Povo, composto por militantes do MST (Movimento dos Sem Terra), dá a conhecer a reconstituição histórica e teatral do massacre de Eldorado dos Carajás, que ocorreu há 25 anos naquele território. Apresentado no Cinema Ideal e seguido de debate com os artistas, “Fala da Terra” dá voz àqueles que protagonizam a luta e a resistência na região amazónica, invisíveis aos olhos dos holofotes do poder, uma luta por direitos, terra e alimentação saudável.

Também implicados em acabar com o silêncio e visibilizar um período dramático da história de Portugal, “A Revolta do Milho” consiste também numa recriação histórica através do teatro. Ocorrido em 1942 na aldeia do Vale da Pedra, perto de Leiria, o espetáculo narra um episódio sobre um grupo de populares (12 homens e duas mulheres) que foi preso e condenado pelo crime de sedição, permanecendo um ano na cadeia de Peniche, por se opor à entrega de 1000 quilos de milho ao Grémio da Lavoura, num tempo de fome e de crise em Portugal. Atores, amadores e a comunidade da aldeia do Vale da Pedra vêm a Lisboa apresentar um documento histórico da identidade portuguesa, que só agora veio à luz do dia.

Motivado em contribuir para uma mudança efetiva da vida das pessoas, visibilizando problemáticas de justiça social e política, no filme “O Novo Evangelho” o encenador e realizador de cinema Milo Rau conta a história de Jesus através do ativista político camaronês Yvan Sagnet, que luta pelos direitos dos trabalhadores agrícolas ilegais no sul de Itália.

Já sabemos que a História não é fixa e se inscreve na memória do corpo e do espírito, e como tal o sagrado, tal como a tradição, é espaço para uma continuada flutuação interpretativa e de interpelações à luz do tempo e do sujeito que vamos habitando. A criadora brasileira Gaya de Medeiros adentra-se numa das mais sagradas peças de dança do séc. XX, “Café Müller” de Pina Bausch, não para a recriar historicamente mas para a questionar historicamente (com as mesmas perguntas que Pina usou no seu processo criativo), à luz da sua identidade queer.

Noutras geografias, questionando a capitalização da empatia e do extrativismo, os artistas Julian Hetzel e Ntando Cele trazem a Lisboa e Faro o espetáculo “SPAfrica”, que se foca na transação de recursos entre Europa e África. Na peça, a garrafas de água importadas desde a África do Sul são devolvidas, como moeda de troca, cheias de lágrimas de cidadãos europeus.

 

A imagem movida pelo corpo; o corpo movido pela voz

Num acontecimento histórico, associamo-nos ao Queer Lisboa e à Cinemateca para uma retrospetiva do trabalho cinematográfico de Yvonne Rainer, uma das mais influentes coreógrafas e bailarinas do séc. XX, elemento fundador do emblemático coletivo Judson Dance Theater, que revolucionou a dança e as artes performativas nos anos 60, em Nova Iorque. Os sete filmes exibidos são extraordinárias revelações narrativas, visuais e experimentais, objetos de longo fôlego sobre as questões que Rainer trata na dança enquanto coreógrafa: falam de feminismo, são politicamente comprometidos, abordam relações de poder, propõem uma visão crítica sobre a divisão de classes e tratam de todas as representatividades e respetivos abusos, violências e preconceitos a que estão sujeitas, seja identidade de género, racismo, idadismo, envelhecimento… O visionarismo de Yvonne Rainer ecoa um Presente Invisível que cria paralelismos com questões que estão hoje no centro do debate político, social e artístico. Juntamos então Gisela Casimiro, João dos Santos Martins e Jorge Jácome para uma conversa moderada por Claudia Galhós, após a exibição do documentário “Rainer Variations” de Charles Atlas, para indagarmos o impacto que a obra de Rainer tem nas práticas artísticas portuguesas.

Implicando o seu corpo na exploração do movimento, da música e apoiado por diversos adereços, com a colaboração de Eloïse Grace Winter e Rafael de Oliveira, Herlander estreia na BoCA um concerto teatral, “Trial”, que remete para uma viagem interior em busca da nossa origem.

Investindo também na materialidade dos objetos, dois arcos de ferro, e nas relações espaciais entre estes e os seus próprios corpos, em “Um Pequeno Exercício de Composição” Vera Mantero e Teresa Silva experimentam o encontro entre formas e conteúdos, onde elas próprias se inserem, geram movimentos e imagens que parecem testar as proporções do corpo humano, numa escala vitruviana. Este trânsito entre tempos e conceitos também se faz entre disciplinas artísticas, com a colaboração de Santiago Tricot. Este é precisamente um território de permanente metamorfose familiar de João dos Santos Martins, que estreia “Está Visto” com a artista visual Ana Jotta, a pianista Joana Sá e o coreógrafo e designer floral Filipe Pereira. Testando novas possibilidades de escrita de movimento, encontramos o canto como elemento coreográfico, com o corpo a ser atravessado por desencontros amorosos ao sabor de canções de estilo romântico. Por seu lado, os atores Cláudio da Silva e Carolina Dominguez, com o artista visual e realizador Pedro Paiva que se aventura pela primeira vez no teatro, abraçam Woyzeck, anti-herói romântico, numa nova criação que inaugura os antigos Armazéns Abel Pereira da Fonseca, o novo espaço da ZDB.

 

O brilho das margens

Em Faro, a escala desafiante da Fábrica da Cerveja é o epicentro da programação da BoCA, a partir da qual se tece um conjunto de atividades que comporta instalações, performances, concertos, filmes e festas, e desenhando-se um ecossistema que liga equipamentos culturais, patrimoniais e naturais da cidade. O Teatro das Figuras, o Teatro Lethes, o Cub Farense, as Ruínas Romanas de Milreu ou o Jardim da Alameda.

A exposição Presente Invisível que ocupa a Fábrica da Cerveja apresenta instalações de artistas que evocam o fenómeno da migração e da representatividade das suas identidades: a cenógrafa e artista visual Neusa Trovoada, uma das vozes mais presentes do feminismo negro em Portugal, explora a matéria subterrânea enquanto espaço de escuta, de resistência, capaz de trazer à luz um outro futuro possível; Zia Soares performa “Coro dos Assombrados”, um texto de Djaimilia Pereira de Almeida que reflete sobre o silenciamento a partir da potência política da voz e do grito; Tiago Cadete, com a instalação sonora “Concerto”, confronta-nos com 20 colunas de som apontadas na nossa direção, uma orquestra de 30 vozes de pessoas migrantes que o artista entrevistou e que revelam processos migratórios e da história colonial; em paralelo às ações performativas no espaço público, Héctor Zamora apresenta-nos aqui e no Reservatório da Patriarcal (Lisboa), os tais conjuntos vigorosos de balões espelhados com palavras que encontraremos à venda nas ruas de Lisboa e Faro, agora numa espécie de cemitério de sonhos, de expectativas e desejos desfeitos, uma “Quimera” sem ar, entre a parede e o chão; por seu lado, a vídeo-performance de Rita GT, “Unearthing”, traz-nos o reconhecimento da história esquecida das mulheres que, no período colonial, eram obrigadas a emigrar junto dos seus maridos. Do lado de fora, os muros e as janelas da Fábrica da Cerveja são intervencionados pelo mais jovem artista desta edição da BoCA, João Melo / Glantosz, que com a sua pertinente irreverência questiona a sua própria representatividade e visibilidade, as margens que habita e que ilumina com a sua câmara fotográfica.

A Fábrica torna-se num espaço continuado de produção e reflexão do Presente Invisível. Contribuindo, para o mesmo fim, os debates, filmes e momentos de convívio criativo de A Noite das Ideias, uma parceria com o Instituto Francês de Portugal e no âmbito do programa MaisFrança, que irá refletir sobre fenómenos contemporâneos de proliferação, como é o caso do género, ou determinados por uma lógica do excesso, como é o caso da aceleração e velocidade. Com curadoria de António Guerreiro, esta noite de reflexão crítica junta Sinziana Ravini, P. Feijó, Cláudia Varejão, Laurent de Sutter, Jerôme Lèbre e Carla Baptista, após conferência-performance de Paul B. Preciado.