Workshop de performance e dança
“Dentro da floresta, corpo e imaginação”


Com um formato tripartido, o workshop “Dentro da floresta, corpo e imaginação” é um laboratório de artes performativas que reúne três artistas com uma prática transdisciplinar, entre a dança, a performance e as artes visuais: Mariana Tengner Barros, Gustavo Ciríaco e Pedro Ramos.

Comprometida com questões ligadas às alterações climáticas, à ecologia e à sustentabilidade, a BoCA tem vindo a desenvolver projetos que cruzam territórios artísticos com outras áreas do conhecimento. Em 2021 iniciou “A Defesa da Natureza”, em homenagem a Joseph Beuys, que implica a plantação de árvores ao longo de 10 anos e a reflexão entre práticas artísticas e espaços naturais, encomendando projetos artísticos e educativos para os espaços verdes plantados.
Constituído por três blocos de 4h, o workshop “Dentro da floresta, corpo e imaginação” é a primeira atividade de programação para a Floresta do Monsanto, onde já plantámos árvores. Mariana Tengner Barros, Gustavo Ciríaco e Pedro Ramos propõem, a partir das suas pesquisas e linguagens artísticas performativas, explorar práticas de movimento, estados de consciência, construir narrativas em torno da paisagem e de elementos naturais ou construir protótipos cénicos e site-specific na floresta.

Pede-se aos participantes para levarem roupa e calçado confortável que se possa eventualmente sujar, caderno, caneta e água.


DESTINATÁRIOS
M/16, estudantes, profissionais e curiosos em artes performativas e artes visuais.

INSCRIÇÕES
As pessoas interessadas podem fazer a sua inscrição através do preenchimento deste formulário AQUI. As inscrições são válidas para o total dos três blocos de formação e são feitas por ordem de receção.

 

Mariana Tengner Barros

Título do laboratório: Entre a Terra e o Céu
Data e horário: 17/09 (10h-14h)

Neste primeiro workshop, a artista vai partilhar ferramentas que foi reunindo ao longo do seu percurso, desde práticas de movimento e meditação, a guiões imaginários e diferentes rituais, ferramentas que usa nos seus processos criativos, estimulando diferentes estados de consciência em relação direta com a floresta. Cada participante estabelece conexões entre as suas histórias e o “invisível”, que pertence ao ponto de vista de cada árvore, honrando a sabedoria e resiliência desses seres que fazem a ponte entre a terra e o céu.

Biografia
Coreógrafa, bailarina, performer. O seu trabalho tem sido apresentado em diversos países na Europa e América do Sul, salientando “The Trap” (2011, vencedor do Prémio do Público Jardin D’Europe, Áustria), “A Power Ballad” (2013) e “Resurrection” (2017) co-criações com o coreógrafo Mark Tompkins, “Instructions for the gods: i4gods” (2017), performance duracional para museu em colaboração com o músico Pan.demi.CK, e “A Floresta Invisível” (2021), projeto multidisciplinar focado na defesa das árvores anciãs. Colaborou com vários artistas em diferentes projetos enquanto bailarina, atriz e performer salientando Francisco Camacho, Meg Stuart, John Romão, Ballet Contemporâneo do Norte, Diana Bastos Niepce, Elizabete Francisca, Nuno Miguel, António MV, Jonny Kadaver, Agnieszka Dmochowska, Raquel Castro, Retina Dance Company e Rafael Alvarez.
Licenciada em dança pela Northern School of Contemporary Dance em Leeds (2003). Estagiou no Ballet Theatre Munich, sob a direção artística de Philip Taylor (2004). Membro fundador do coletivo artístico The Resistance Movement em Leeds (2005). Completou o Programa de Estudo e Criação Coreográfica-PEPCC no Fórum Dança em Lisboa (2009). Foi artista associada da EIRA entre 2013 e 2016. É diretora artística d’A BELA Associação. Integra a banda Kundalini XS e o projeto musical performativo Digital Pimp Hard at Work, ambos editados pela Gruta. Em 2016 recebeu o Galardão de Mérito Municipal Cultural pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão pelo seu percurso profissional.

 

Gustavo Ciríaco

Título do laboratório: Algumas histórias
Data e horário: 17/09 (15h-19h)

A palavra Teatro, na sua origem grega, traduz-se como o lugar de onde vemos. Fazer teatro implica potencialmente construir paisagens de ação e de fruição, onde os espectadores são convocados a um lugar com uma vista. Mas como pensar o teatro fora do teatro, num espaço selvagem? Até que ponto a construção da tragédia está associada ao seu lugar de acontecimento na natureza? Onde se encontram o sublime e o trágico na experiência coletiva de uma paisagem imaginada, porém habitada?
Tomando como ponto de partida elementos estruturais da construção cénica como a abertura, o intervalo, o gran finale, este curto laboratório de criação convida interessados em artes performativas e em diferentes narrativas em torno da paisagem a explorar e brincar com a construção de protótipos cénicos e site-specific.

Biografia
Gustavo Ciríaco (Rio de Janeiro) é um coreógrafo e artista transdisciplinar que transita entre a dança e as artes visuais, passando por projetos expositivos e intervenções na paisagem onde a experiência é o motor da partilha com o público.
Com um caráter site-specific, as suas obras fomentam o diálogo entre contexto e arquitetura, geografia e habitação, realidade e ficção, numa pesquisa contínua sobre os campos extensivos da arte de fazer danças. Suas obras foram vistas em festivais como Crossing the Line/N.Iorque; Casa Encendida/Madri; Museu Serralves/Porto; Mercat de Flors/Barcelona; Al-Mammal Foundation/Jerusalém; TWS/Tóquio; DAC/Taipé; Haus der Kulturen der Welt/Berlim; Panorama/Rio; FADJR/Teerão; Nave/Santiago, San Art/Saigão.
www.gustavociria.co

 

Pedro Ramos

Título do laboratório: Corpo em criação / Práticas de Incorporação
Data e horário: 18/09 (10h-14h)

A floresta é uma porta para o vasto, interior e exterior. O corpo habitado na extensão da consciência a cada uma das suas partes, explorando, percebendo, estudando o mundo de dentro e o de fora. Este laboratório ativa uma prática do movimento a partir de uma visão alargada sobre o Corpo enquanto unidade psico-física, como “um pedaço de natureza a ser conhecido”. Através do cruzamento entre a prática de yoga, estudos alquímicos, a partir do trabalho de Jung na sua relação com a psicologia, as artes performativas e a ecologia profunda, Pedro Ramos convida os participantes a explorar um espaço poético através do corpo e da escrita.

Biografia
Diretor Artístico da Ordem do O, coreógrafo, intérprete, artista visual e professor. É licenciado pela Escola Superior de Dança e é aluno do Mestrado de Teatro do Movimento, na ESTC. Leciona Oficina de Corpo na Licenciatura de Teatro na ESAD. Como intérprete tem trabalhado com vários criadores nacionais e internacionais. Das suas criações destaca, “Diário Métafisico”, “Matriz”, “Coniunctio”, “Alento”, “Corpo Anímico”, “Imo: eco-sistema interior”, “Rizoma” e “Metamorfoses”. Recebeu o prémio de melhor bailarino contemporâneo 2008- Gala Dance Awards-RTP1.
A Ordem do O é uma plataforma para o desenvolvimento, produção e divulgação de uma nova linguagem coreográfica e de uma metodologia de criação artística assente no trabalho de  pesquisa que Pedro Ramos tem levado a cabo  nos últimos anos em colaboração com outros  artistas. Apela a um entendimento daquilo que  está presente nos ciclos da vida, daquilo que é  essencial e se repete de forma renovada. Procura-se uma prática artística e de conhecimento alternativa à visão puramente dualista e de separação sujeito-objeto, homem-natureza, mente-matéria. Um senso de profunda ligação com o mundo vivo, com os outros, com o nosso próprio corpo e com esses corpo maior que é o mundo.

Produção: BoCA
Parceria: Fundação GDA
Apoios: Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Millennium BCP

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