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Claudia Castellucci, “Il trattamento delle onde”
BoCA SUMMER SCHOOL
Claudia Castellucci, “Il trattamento delle onde”
Uma performance de dança ao som de sinos
“Il trattamento delle onde”, performance apresentada no contexto da BoCA Summer School 2019, é construída segundo um princípio rítmico que tem em conta os diversos momentos do dia. O ritmo é, de facto, a base desta dança e abre-se à escuta da pate negativa e ausente: o silêncio e a memória do som que se prolonga no tempo e que encontra novas batidas durante a sua dispersão.
Durante o workshop, pesquisou-se o som dos sinos e a presença dos dançarinos entre as batidas e os intervalos de ritmo. Uma dança criada como som dos sinos e executada com um pau. O som dos sinos prolonga-se numa duração que acumula várias batida e se dispõe a ser refratado e expandido pelas correntes. A consistência espectral do som funda uma capacidade de escuta que conjuga a presença e a memória (uma presença que não desaparece). A sequência de batidas que continuam a flutuar no ar gera coincidências aleatórias e rítmicas, diferentes e coexistentes. Os dançarinos tratam tudo isto como uma aprendizagem.
Neste último dia do workshop dirigido por CLAUDIA CASTELLUCCI, é feita uma apresentação pública da coreografia, com duração de 30 minutos, em três sessões únicas no claustro do Convento das Bernardas / Museu da Marioneta, em Lisboa.
Coreografia e direção: Claudia Castellucci
Ensino da coreografia: Alessandro Bedosti
Com os participantes do workshop
BIOGRAFIA
Claudia Castellucci é co-fundadora com Romeo Castellucci e com Chiara e Paolo Guidi da Societas Raffaello Sanzio (agora Societas), uma companhia de teatro que se estabeleceu internacionalmente pela reinvenção radical da linguagem cénica desde os anos 80. Predominantemente dedicada à escrita e ao ensino, Claudia Castellucci é a fundadora de várias experiências escolásticas. Inaugura a Scuola Tetrica della Discesa no final dos anos 80, que propõe um diálogo entre filosofia e prática teatral. A Escola Stoa, relativa ao movimento rítmico, continua e teve variações em Calla (2010) e Bordéus (2011). Desde 2015, continua a sua ideia original de uma escola concebida como obra de arte, com Mòra, dando origem a criações como “Verso la specie” e “Fisica dell’aspra comunione”(2018): a primeira é a dança que toma como modelo a métrica de poesia grega arcaica, apresentada na Bienal de Veneza; a segunda segue um padrão de movimentos derivados do “Catálogo dos Pássaros” de Olivier Messiaen. Em 2012 dedicou-se à composição e interpretação do monólogo “Il regno profondo”, uma longa confissão dividida em várias partes: “La vita delle vite”, “Il dialogo degli schiavi” e, a última, “Perché sei qui?”, com Chiara Guidi. Em 2014 fundou Cònia: uma escola de versão de técnica de representação, com a colaboração de vários professores; e em 2016 inaugurou Catalysi: uma residência escolar destinada à produção e estudos teóricos contextuais. Entre as publicações monográficas: “Uovo di bocca. Escreveu e publicou diversos livrsos, entre os quais “Les Pèlerins de la matière, théorie et praxis du théâtre”, Les Solitaires Intempestifs, 2001; e “The Theatre of Socìetas Raffaello Sanzio”, Routledge, 2007.
Produção: BoCA
Parceria: Fundação GDA
Apoios: Câmara Municipal de Lisboa, Museu da Marioneta, Estúdios Victor Córdon
> Assistam à entrevista que fizemos a Claudia Castellucci sobre o trabalho desenvolvido no workshop